domingo, 15 de junho de 2008

. To do List .

1. Encontrar uma lavanderia que recolha a tonelada de roupa suja aqui do lado.
2. Estudar o material didático fornecido pelo DETRAN, marcar exames e prova pra renovar a carteira de motorista.
3. Terminar de arrumar toda a documentação pedida pelo contador para retificar o imposto de renda.
4. Abrir uma conta em outro banco e tentar receber nossos salários, já que o Banco do Brasil resolveu não liberar a ordem de pagamento pela segunda vez.
5. Marcar endocrinologista (pra mim) e otorrino (pro A.). Eu tô gorda e inchada e o A. tá môco (surdo).
6. Abrir as malas e separar o que é pra ficar, o que é pra ir pro próximo projeto.
7. Enviar todos os presentes que comprei pras minhas puf amigas há quase um ano.
8. Comprar um computador novo, que não seja lento e nem dê problema. Tô pensando num Mac. Opiniões?
9. Levar os 2 computadores gêmeos e defeituosos pra assistência técnica, na esperança de não ter perda total.
10. Abrir uma conta num paraíso fiscal porque, convenhamos, 27,5% de imposto de renda incidindo sobre TODO o seu rendimento, inclusive passagens aéreas, hotel, alimentação (tudo ressarcido pelo empregador), não poder descontar livros técnicos (para aprimoramento) e ainda por cima não ver nem o azul desse dinheiro voltando em benefício do povo, é de amargar.

. Portugal e meu Coração Partido .

Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais sao meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coracao
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condao
Que estranha forma de vida
Coracao independente
Coracao que nao comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coracao independente
Eu nao te acompanho mais
Para deixa de bater
Se nao sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu nao te acompanho mais


Dilemei muito, eu e eu mesma, antes de escrever esse post. Sei que sou reclamadeira e não quero transformar meu blog num muro de lamentações, mas como esse episódio em particular marcou minha vida, lá vai:

Sempre tinha ouvido cobras e lagartos sobre a TAP, mas a possibilidade de economizar umas 10 horas entre voos e conexoes falou mais alto, então, em vez de fazer Bremen - Frankfurt - São Paulo - Fortaleza, decidimos experimentar chegar ao Ceará diretamente por Lisboa e dar um voto de confiança a mais famosa companhia aérea Portuguesa.

De certa forma estava bem animada porque iria pisar, pela primeira vez, na terra dos meus antepassados, mesmo que fosse só no aeroporto e por algumas horas. Lembrei imediatamente de Saramago - de quem sou fã num nível quase adolescente, do sotaque musical dos lusitanos, dos pastéis de nata, do fado, meu Deus, do fado!, da Revolução dos Cravos (linda, leia a respeito), enfim, de tudo que Portugal tem de bom e belo, mas. Sempre tem um "mas".

Decidimos sair da área de conexões a fim de fumar um cigarro e aí começaram os problemas. Primeiro que a sinalização é meio confusa. Segundo que, ao me dirigir, toda orgulhosa, a fila da imigração para cidadãos de países que falam português, a acolhida não foi lá muito amistosa. Por que está em Portugal Senhora Ana? Porque preciso pegar um avião que vai me levar pra casa. E onde esteve antes de cá vir? Expliquei. Depois veio o colega do funcionário que estava me atendendo pra saber do que se tratava. A essa altura o A. já estava lá na frente, esperando por mim. Ah, quer dizer que a senhora já teve o carimbo lá em cima? Já. Mas não precisava vir até aqui. Senhor, eu só segui as setinhas que diziam "SAÍDA". Tudo bem, me deixaram passar.

Algumas horas mais tarde resolvemos passar pela segurança novamente, de volta, a fim de pegar o voo pra Fortaleza. Quando estávamos prestes a nos dirigir ao portão de embarque decidi comprar umas coisinhas tipicamente Portuguesas. Pedi ajuda a senhora que estava no balcão e fui levada a uma prateleira com vidrinhos minúsculos e maravilhosos de geléia de "papoila", maçã bravo esmolfe (o que quer que isso signifique) e abóbora com amêndoas, dentre outras. Peguei uma meia-dúzia e, ao me aproximar do caixa, não resisti ao queijo manteiga e uns queijinhos de azeitão (de-li-ci-o-sos).

Minutos finais, entregamos o cartão de embarque e... tivemos que descer uns lances de escada. Lá embaixo havia um ônibus já cheio de passageiros. Fomos convidados a nos espremer lá dentro e assim fizemos. Dez minutos, quinze minutos, meia hora, o tempo passando, todo mundo em pé dentro do tal ônibus, mais e mais passageiros entrando (!?), eu, num estado de espírito entre nostálgico e revoltado, me lembrava da linha Antônio Bezerra - Unifor dos meus tempos de faculdade, quando finalmente a funcionária da TAP teve alma e mandou o motorista seguir. Viagem curta, verdade, e segura. Não havia a mínima possibilidade de alguém se desequilibrar e cair com os arranques e freadas bruscas do motorista, simplesmente não havia espaço pra tanto.

E eis que chegamos ao avião. E nada de o motorista abrir as portas do ônibus. Ele deixa o assento do motorista, sobe a escadinha, bate na porta (a essa altura eu já tava fazendo a sonoplastia lá de dentro do ônibus: "Abra a porta, Mariquinha!"), a comissária lá dentro resolve atender aos apelos e abre a porta com cara de bicho, fala alguma coisa, o motorista desce e alguns minutos depois, finalmente, abre a porteira do ônibus pra boiada sair - e respirar.

Uma loira platinada faz carreira e se lança na escadinha da parte da frente da aeronave enquanto eu cambaleava na mesma direção, cansada, suada, dolorida, matutando como subiria com a malinha do computador. Quase caio pra trás quando escuto o berro da comissária, Ó Manuel, deste lado, só passageiros da classe executiva! Manuel era o motorista do ônibus, que fique claro.

Entramos, nos acomodamos e rezamos pra Fortaleza chegar logo.
Nunca vi comissárias de bordo TÃO BRUTAS. Quatro horas de conexão + sete horas de viagem depois, Portugal só nos brindou com UM sorriso, vindo de uma das comissárias, talvez num momento de fraqueza.

Me diga voce: Portugal é todo assim ou eu tive azar? Por que todo mundo se comportava como se estivesse com hemorróidas supuradas? O que aconteceu com a cordialidade do povo Português - que eu acreditava tão gentil e tinha na mais alta conta?

Aprenda comigo: Pré-conceitos - bons e ruins - existem para serem revisados.

. Eueueueueueueueu .

A jogadora de basquete Brasileira Iziane Castro Marques se recusou a entrar em quadra num jogo contra a Bielo-Rússia e o treinador prontamente mandou um "passe pra não enganchar".

Extraído do Estadão:

"Eu estava jogando bem (tinha feito 10 pontos), mas ele me tirou da quadra, me usou alguns minutos no terceiro quarto e depois me deixou 20 minutos no banco. Como ele pode deixar a suposta estrela do time fora. A estrela tem de estar na quadra. Faltando dois minutos para o fim da prorrogação, ele pediu para eu entrar. Recusei porque estava fria. Ele deveria ter apostado no time que escolheu a maior parte do tempo", disse a jogadora."

Minha opinião?
Rá. Como dizia Margaret Thatcher: "Being powerful is like being a lady. If you have to tell people you are, you aren't."
É só trocar powerful por ESTRELA. Aliás, essa frase cabe em um bocado de situações.

Menos, Iziane, menos... Também tenho um temperamento do cão, mas tantos anos de luta já deviam ter lhe ensinado que "personalidade forte" às vezes atrapalha mais do que ajuda.
Lamento por voce - que não vai realizar um sonho, pela seleção - que vai, certamente, sentir falta do seu talento. A única coisa da qual ninguém vai sentir falta é do seu ego.
quarta-feira, 4 de junho de 2008

. A China e as Olimpíadas .

Esse post foi escrito em 20 de Abril, mas fiquei com medo de publicar enquanto estava sendo hóspede do Mao porque... porque... sou meio psica mesmo. Mas tenho cá minhas razões pra ser psica em relação a China e essa razão sozinha me basta. Depois explico melhor os porquês.

"Modos que muita coisa aconteceu nesse mês e meio que andei afastada, a mais importante delas, essa confusão entre Davi e Golias que acabou repercutindo nos Jogos Olímpicos.

Embora tudo seja muito complexo e eu não seja especialista em política Chinesa, Tibetana - ou em qualquer outra coisa - ainda assim, tenho cá o direito de meter minha humilde colherzinha nesse angu. Não defendo A nem B, antes procuro enxergar as razões de todas as partes.

Pelo que entendo, há sete anos, quando a China ganhou o direito de hospedar os Jogos Olímpicos, ganhou tambem uma tarefa de gincana: melhorar os direitos humanos, diminuir a poluição etc. Tá certo. É consenso que o país melhorou muito nesses quesitos, embora também seja consenso que ainda tem muito chão pela frente.

Muita gente defende que Jogos Olímpicos e política nao devem se misturar. Muito justo. Um bocado de gente, porém, acha que o momento é perfeito pra atrair a atenção do mundo para os problemas Chineses, que não pode ser, não senhor, que em pleno 2008 exista um país que ignore o direito da pessoa, que use trabalho escravo/infantil, que massacra minorias, que arrasa o meio-ambiente etc. Muito justo também, só tem um problema... o que eh que a gente faz com Cuba (que tem melhorado horrores nas mãos do irmão do "homem", mas ainda tem que comer muito feijão)? E com os Estados unidos? e a Venezuela? E a Coréia do Norte (não sei nem se aquele doido atômico deixa o país participar, mas...). A maioria dos países Africanos com suas brigas tribais e genocídios estaria lascada... Ops, corrupção tambem elimina? Ouquei, Brasil, Itália e Rússia: fora. E o ETA na Espanha? e o IRA na Irlanda? E a Brigitte Bardot na França incitando - com muito sucesso - o ódio contra os muçulmanos? E por falar em muçulmanos, qualquer país que impeça suas cidadãs de estudar, guiar veículos e mostrar partes do corpo tão singelas como o antebraço e o cabelo também tá meio enrolado. Índia e Paquistão? Pfff.... E o Japão que tá tentando por fina força eliminar as baleias do registro histórico desse planeta? Até o Vaticano, caso uma equipe campeã de dominó tivesse, teria que resolver o problema da pedofilia a toque de caixa, de preferência agora, durante a visita do Seu Benedito ao Bush. Sei não, mas se for pra levar esse argumento ao pé da letra, sobra quem? Os Canucks e os pinguins? Ih, acho que nem os canadenses... eles assassinam foquinhas.

O mundo tá cheio de problemas, isso é fato, e só a educação e a vigilância diárias vão resolver. Usar um evento como esse pra jogar pedra no telhado do vizinho, esquecendo que o próprio é de vidro, me soa como hipocrisia. "
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