sexta-feira, 5 de junho de 2009

. Faz sentido ou to com sindrome dos Jetsons? .

Ha alguns meses houve uma pequena comocao nas internets quando foi anunciado que algumas companhias aereas iriam oferecer servicos de chamadas telefonicas, mensagens de texto e internet on board. Minha impressao eh que a maioria nao gostou, Pronto, acabou meu sossego, em vez de dormir ou ler o meu livro em paz vou ter que aguentar o povo matraqueando do meu lado. Outros acharam o maximo ter a habilidade de bradar aos quatro ventos, em tempo real e para o resto do mundo, que o cafe servido pela comissaria de bordo sorridente ta uma merda. Como se a dupla cafe ruim + aviao fosse novidade.
Mas digrido, nao eh sobre cafe ou sossego que quero falar. O assunto hoje eh tecnologia de ponta, comunicacao e similares.
Como se explica que uma aeronave, que possui tantos recursos de alta tecnologia - radares, piloto automatico, 72 backups pra cada instrumento (no caso de um falhar, tem o outro e o outro e o outro), transmissao automatica para a base de aparelhos sendo ligados e desligados, previsao meteorologica, mais mil e uma firulas - guarde o registro de suas informacoes vitais como parametros do voo e a comunicacao entre piloto/co-piloto/torre de controle numa caixa laranja-neon, pequena e que pode vir a ser destruida (dificil, mas acontece) ou nunca encontrada (como provavelmente serah o caso do voo AF447)?
Ora, todo mundo sabe que o resgate de uma caixa-preta eh vital para que especialistas possam determinar a causa de um acidente. Talvez mais importante do que meramente descobrir a causa de um acidente aereo seja evitar que ela se repita no futuro. Entao por que os fabricantes de avioes ainda nao inventaram um mecanismo que envia continuamente - pela internet? via satelite? - todo o conteudo de uma caixa-preta  para todos os aeroportos e torres de controle cobertos naquele momento por aquele satelite? Se um aeroporto, por qualquer motivo, nao receber a informacao, o outro recebe, eliminando buracos ou brancos (tem que ter um backup, ne?). Daih era so salvar automaticamente num HD e, claro fazer backup do HD a cada "X" segundos. Uma especie de Twitter com uso pratico e relevante. 
Nao que a caixa-preta deva ser desprezada e jogada no lixo, longe disso, lembre do backup do backup, mas eh que o esquema todo, pra mim, eh muito Pre-cambriano e deveria - realmente - ser o ultimo recurso - quando e se - todos os outros, mais sofisticados, falharem.
To falando serio! Ja passei a fase do choque, da incredulidade, de nao aceitar que 228 pessoas perderam a vida usando o sistema de transporte mais seguro do planeta e a bordo do que existe de mais moderno em aeronaves. Hoje, fora a tristeza, so restaram a raiva, a indignacao de constatar - mais uma vez! - que essas "perfeicoes" falham mais do que anunciado no reclame e o medo. O medo.
Update (comentarios):
Cica, muitissimo bem lembrado. Um desaforo, a essa altura do basquete, ainda existirem areas descobertas pelos radares. Principalmente quando um negocio milionario (aviacao comercial) parece nao achar nada demais carregar de la pra ca, todos os dias, milhares de vidas no "escuro".
Compadre, seu comentario me deixou ainda mais aperreada. Comassim as coisas travam a toda hora e a gente nem pra dar noticia? Coisinhas bobas, mas um dia a casa cai, ne? Por outro lado, ja que essas falhas bobas sao tao comuns e largamente do conhecimento dos profissionais envolvidos, um sistema como o que sugeri aih em cima nao iria causar especie. E mais, o sigilo x divulgacao dessas informacoes transmitidas em tempo real receberiam o mesmo tratamento da caixa-preta, ou seja, elas seriam estudadas por especialistas que normalmente estudariam a caixinha, ou em outras palavras, meu ponto aqui eh fazer com que seu conteudo chegue as maos dos especialistas em 100% dos casos de desastre - o que nem sempre eh possivel quando dependemos de achar essa agulha no palheiro.

2 comments:

Ciça Donner disse...

E eu quero saber como com essa tecnologia de baralho com asa a quatro ainda possa existir nessa terra uma área nao monitorada.

Contra a Maré disse...

Aninha, realmente... nunca tinha pensado nisso...

Porém acho que tenho uma hipótese do motivo para não ser assim... tem muito vôo que dá pequenos pepinos... já me contou meu amigo de infância piloto e instrutor de vôo comercial... bem, diz ele:
- Rapaz, tem tanta pequena coisa que dá errado, que numa proporção de mídia ia acabar com a idéia de voar ou mudar tudo.

Obviamente ele me disse que são bobagens mesmo, mas tem vôo que some do radar uns minutos, mau tempo imprevisto, aparelhinhos que travam... outros aviões muito perto e objetos não identificados (OVNIS)... aí todo mundo acha que é melhor ficar na moita.. não alarmar.

É uma tristeza só esse caso... mas ainda tá muito obscuro... eu aposto que ele pousou no mar por mau funcionamento e afundou praticamente inteiro... nenhum sobrevivente.

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